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SERÁ QUE BASTA CONHECER PESSOAS PARA CONSIDERAR QUE SE TEM UM NETWORKING?

Elizabeth Vasconcelos
Sócia-Diretora/ Managing Director

Você já ouviu falar da teoria dos seis graus de separação?

É uma teoria que diz que todas as pessoas estão interligadas e por poucas conexões. Ela se originou no livro de ficção “Tudo É Diferente”, escrito em 1929 pelo húngaro Frigyes Karinthy. O Autor pensava que os avanços na comunicação e nos transportes fariam com que, apesar das distâncias, as pessoas aumentassem os seus círculos sociais. E parece que ele acertou, não é mesmo?

A partir desse livro foram feitos diversos testes ao longo da história para confirmar se essa teoria era possível. O primeiro foi feito na década de 60, por um psicólogo americano que selecionou 300 pessoas aleatórias e deu-lhes uma missão: entregar uma carta a um certo corretor da Bolsa de Valores de Boston. Mas ele deu apenas o nome, a profissão e a cidade do corretor, não passou o endereço. Assim, cada uma dessas pessoas deveria mandar a carta para algum contato que elas achassem que poderia conhecer o tal corretor, e caso a pessoa seguinte não o conhecesse, deveria ela mesma enviar para algum contato seu que julgasse conhecê-lo. O número variou, porém, a média de reenvios até que a carta chegasse ao seu destino, foi seis. Assim surgiu a teoria de que todos estamos interligados a uma distância de mais ou menos seis pessoas.

Ok, mas você deve estar se perguntando: E o que isso tem a ver com o meu networking?

Tem a ver que, em nenhum dos testes, feitos nas últimas décadas, o número de cartas que chegaram ao seu destino foi muito alto. Em um deles foram 48 mil participantes e apenas 324 mensagens chegaram aonde deveriam. Isso significa que não adianta conhecer muita gente se você não cultivar essas relações, porque se alguém do seu networking que está entre você e seu objetivo não estiver motivado a ajudar, a rede simplesmente se quebra.

E como se mantém um networking de qualidade?

Acredito que tudo é relacionamento, e que nossas relações devem se basear em respeito mútuo. E isso quer dizer, nas entrelinhas, que você não deve, por exemplo, procurar alguém após anos sem trocar meia palavra, apenas para pedir ajuda naquela vaga dentro da empresa em que ela trabalha. Você nunca quis nem saber se ela estava bem, como espera que ela se importe? Como espera que ela te recomende se ela já nem conhece mais a pessoa e/ou o profissional que você é?

Outro ponto, ouça se quiser ser ouvido, ajude se quiser ser ajudado, a reciprocidade é muito importante para manter contatos ativos. Mantenha conversas esporádicas, mantenha contato, seja visto, evite recusar convites de almoços da equipe, participe da hora do cafezinho, vá às confraternizações sempre que possível. É nesses momentos descontraídos que as pessoas se aproximam mais e fazem verdadeiras conexões. Mesmo que em algumas ocasiões pareça mais uma obrigação, com o tempo você vai perceber que suas conexões estão se estreitando, e até o ambiente de trabalho melhora. Entendo que para os introvertidos, e aqueles que se autodenominam antissociais, seja uma tarefa árdua, mas sugiro um esforço. Ninguém vive sozinho, em algum momento da sua vida você precisará de alguém e quando esse momento chegar, seja na vida ou no trabalho, você só vai receber o que distribuiu.

E por fim, para ampliar sua rede além do seu ambiente de trabalho, o que também é importante, participe de eventos dentro da sua área, faça cursos, participe de palestras, e o mais importante, não se isole nesses ambientes, converse com as pessoas, troque cartões, conecte-se através do LinkedIn.

Tudo isso são apenas sugestões, como eu disse antes, as nossas relações devem se basear em respeito e reciprocidade, não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você e seja atencioso. Se baseando nesses pontos, o seu networking já vai se transformar e você vai inclusive conseguir acioná-lo sem receio quando for preciso.

 Aproveite as festas de final de ano e comece a exercitar, contactando mais do que sua família e amigos próximos. E se não der tempo, inclua esse ritual na sua lista de coisas a fazer diferente no próximo ano! Depois me conta aqui, nos comentários, seus resultados! Boas festas! ??✨

Ah! E se você estiver de férias e ainda quiser explorar mais o tema, há o filme de mesmo nome, com o Wil Smith.

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