Com o mundo cada vez mais acelerado, muitas vezes não paramos para refletir sobre o que acontece a nossa volta, menos ainda sobre o que virá amanhã. Vamos simplesmente seguindo adiante tentando nadar a favor da correnteza sem sermos arrastados ou engolidos por ela. Diante da corrida pela transformação digital, acelerada pela pandemia, muitas empresas mergulharam nessas águas sem de fato ter um planejamento robusto, e esse é o primeiro dos desafios.
Tendências previstas a longo prazo se impuseram por conta da situação e mudaram a relação dos consumidores com as marcas, empresas e até a sua forma de consumir produtos e serviços, além de alterarem a percepção sobre trabalho x qualidade de vida. Algumas companhias, no ímpeto de se enquadrar e sem um processo de inovação estruturado, podem ter se perdido de si. Gestores e líderes podem estar meio sem entender o seu negócio, com dificuldades para definir o próximo passo, sem saber quais são os objetivos da empresa ou como usar toda essa transformação digital para atingi-los. O desafio aqui é retomar o processo e garantir um planejamento estratégico com base nos rumos que o mercado está tomando, ciente das tecnologias existentes e das possibilidades para alavancar o seu negócio e se tornar uma empresa próspera desse ponto em diante. Já se perguntou o que mais a tecnologia pode fazer pelo seu negócio? Será que a sua empresa está aproveitando ao máximo os investimentos feitos nesse processo de mudança?
Outro ponto-chave, é home office. Ah! O Home office!
Esse é um dos desafios que ainda gera muita discussão. Me parece um caminho sem volta principalmente para as gerações Y e Z, que buscaram sempre essa liberdade do trabalho remoto e agora sentiram o gostinho dela. Segundo a revista Você RH, 59% dos profissionais mudariam de emprego ou aceitariam uma oferta com base na opção de trabalhar de qualquer lugar, gerando uma alta rotatividade nas empresas que ainda não oferecem essa flexibilidade. A sua empresa está adaptada a essa realidade? Quão flexível a sua estrutura se tornou?
Por outro lado, no geral, a gestão ainda está se adaptando à modalidade híbrida ou 100% remota. E temos alguns entraves a serem vencidos, como, por exemplo, a dificuldade em avaliar e notar o profissional que optou pelo trabalho remoto. Afinal, é uma verdade que lembramos com mais facilidade de quem vemos todos os dias. O modelo presencial proporciona uma troca, um relacionamento mais próximo, a possibilidade de presenciar atitudes ou mesmo discutir pensamentos na hora do cafezinho. Isso não existe no modelo remoto, onde cada um está isolado no seu próprio mundo, se relacionando o estritamente necessário para a execução do projeto. Essa interação, interfere diretamente na escolha dos profissionais que serão promovidos, com isso, quase que 80% dos escolhidos trabalham na modalidade presencial, segundo a mesma pesquisa feita pela revista. Pontos para refletir, sua equipe é qualificada ou suficientemente madura para um trabalho de forma mais livre? Seus líderes estão preparados para superar as limitações da distância e encontrar formas de analisar imparcialmente cada profissional?
Fato é que, nesses anos de pandemia, se desenhou uma nova imagem para determinar que empresas terão sucesso, e essa imagem tem como centro o ser humano. Nós, como líderes e empresas, devemos dar atenção a esse processo de transformação. Uma gestão humanizada e a verdadeira preocupação com assuntos socioambientais já são pontos fundamentais para se destacar e atrair talentos e clientes para o seu negócio. Sua empresa está preparada?