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MULHERES NO UNIVERSO DE TI

O mercado de tecnologia no Brasil possui uma alta demanda, com poucos profissionais qualificados para exercer às funções dos cargos. Desses poucos profissionais, a grande maioria é do sexo masculino. Mas por quê?

Questões culturais

O tipo de educação que as crianças recebem em suas escolas e nos seus lares podem interferir nas suas decisões de carreira no futuro. Desde pequenas, as mulheres são incentivadas a brincadeiras que envolvam cuidado de casa e filhos, tidas como brincadeiras mais “femininas” – como boneca, casinha etc. Em contrapartida, é mais comum de se ver meninos ganhando vídeo games e computadores – itens que, com o tempo, podem estimular um maior gosto por tecnologia.

Logo, por conta disso, existe uma carga histórica que as mulheres carregam de que estas são responsáveis apenas pela criação dos filhos e cuidado do lar. Portanto, muitas mulheres ainda deixam de entrar no mercado de trabalho para se dedicar totalmente aos trabalhos domésticos.

Desigualdade de gênero

No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), apenas 20% dos profissionais de TI representam a participação feminina.

Há muitos relatos de estudantes mulheres nas áreas de ciências exatas que afirmam sofrer preconceito por parte de professores e demais alunos, além de constantemente duvidarem de sua capacidade, e isso pode justificar o número a seguir: segundo o levantamento do PNAD, 79% das mulheres que ingressam em cursos relacionados à área de TI abandonam a faculdade ainda no primeiro ano.

E, mesmo após a formação, os obstáculos podem não parar. Mesmo já inseridas no mercado de TI, muitas mulheres desistem de exercer a profissão. O principal motivo para 37% delas é a cultura corporativa, segundo o levantamento “Resetting Tech Culture”, divulgada em 2020.

Falta de representatividade

Com todo esse background, é possível imaginar que muitas mulheres também se queixam por falta de representatividade dentro do mercado de TI, afinal, uma coisa leva à outra.

Por conta disso, a Verx trouxe abaixo 5 mulheres que revolucionaram a ciência e a tecnologia, e que podem (e devem!) ser fonte de inspiração para todas as mulheres que se sentem desencorajadas a entrar no universo do TI, afinal, lugar de mulher é onde ela quiser, não é mesmo?

Ada Lovelace

A matemática Augusta Ada Byron King — mais conhecida como Ada Lovelace — é a primeira programadora do mundo. Ela foi responsável pelo primeiro algoritmo que foi usado por uma calculadora chamada de Máquina Analítica, o mais próximo do que seria um computador no começo do século XIX. Atualmente ela é considerada a mãe da computação e, inclusive, existe um prêmio em seu nome destinado às pessoas que desenvolvem inovações nessa área.

Grace Hopper

Hopper foi uma analista de sistemas da Marinha dos Estados Unidos nas décadas de 1940 e 1950. Ela foi a primeira mulher a ter um PhD em Matemática na universidade de Yale. Enquanto atuava na Marinha, ela desenvolveu a linguagem de programação Flow-Matic, que foi a primeira delas a ser adaptada para o idioma inglês. Essa linguagem, apesar de já extinta, serviu como base para a criação do COBOL (Common Business Oriented Language) – usado até os dias de hoje em processamento de bancos de dados comerciais. Ela contribuiu também para a criação do UNIVAC, o primeiro computador comercializado nos Estados Unidos.

Carol Shaw

Carol Shaw foi uma desenvolvedora de jogos eletrônicos no final da década de 1970. Ela criou softwares para games e consoles, sendo pioneira na geração procedural de conteúdo, que é o aumento gradual da dificuldade nos níveis do jogo. Com isso, a engenheira da computação foi uma das primeiras colaboradoras da Atari, trabalhando também em empresas como a Activision. Entre as suas principais contribuições, podemos citar os jogos:

  • River Raid;
  • Othello;
  • 3D Tic Tac Toe;
  • Super Breakout;
  • Polo;
  • Happy Trails.

Frances Allen

Frances Allen foi uma matemática que teve grande impacto na Ciência da Computação. O setor em que se destacou foi o de otimização de compiladores. Com as suas descobertas, foi possível criar sistemas de aperfeiçoamento de códigos e de computação paralela. Isso fez com que diversos softwares passassem a trabalhar de forma otimizada, inclusive nos processadores de baixo desempenho. Por conta de suas contribuições, ela se tornou a primeira mulher a receber o prêmio Turing, aos 74 anos. Frances Allen também trabalhou NSA, com a criação de sistemas de segurança digital.

Katherine Johnson

Katherine Johnson, além de concluir aos 18 anos as suas primeiras graduações em Matemática e Francês, ainda foi a primeira mulher negra a ingressar em um curso de pós-graduação na universidade West Virginia State. Suas ideias fizeram com que trabalhasse na NACA, um órgão que, futuramente, viria a se tornar a NASA.

Uma de suas principais contribuições foi o cálculo de trajetória de voo para a missão de primeiro pouso na lua, feito pelo Apolo 11. Uma parte de sua história pode ser assistida no filme “Estrelas Além do Tempo”.


Vale lembrar que as histórias apresentadas acima são de mulheres que viveram em épocas em que, para o sexo feminino, já era um desafio até mesmo cursar o ensino superior. Portanto, hoje em dia, por mais que ainda haja um longo caminho a ser percorrido e com várias mudanças que ainda devem ser feitas, é possível olhar para trás e ter esperança de que ainda haverá muito mais avanços na área. Inspire-se!

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Redação Verx

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