Chegamos no mês de outubro, o Outubro Rosa, o movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, que existe desde o início da década de 90. É importante falarmos sobre isso, compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, contribui para a redução da incidência e da mortalidade pela doença.
É comum ter uma das mamas maior que a outra ou que elas tenham formatos diferentes. Mas quando você conhece bem o seu corpo, é possível perceber mudanças que não são normais nas mamas e ficar alerta para um sinal ou sintoma suspeito de câncer de mama. O autoexame, serve para que você se acostume com os seus seios, conheça o que é normal e o que não é; por isso, é importante fazê-lo com frequência.
Bom, a seguir, algumas informações relevantes sobre esse assunto.
Afinal, o que é câncer de mama?
É uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente, e outros, não. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início. 1 em cada 3 casos podem ser curados se forem descobertos no início.
O câncer de mama é comum no Brasil?
Sim. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), é o tipo mais comum depois do câncer de pele não melanoma, e também é o que causa mais mortes por câncer em mulheres. O INCA estima que só em 2023, serão 73.610 novos casos de câncer de mama.
Só mulheres podem ter câncer de mama?
Não, embora seja raro, pode acontecer também em homens (cerca de 1% dos casos, são homens).
Qual a causa do câncer de mama?
Não há uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao câncer de mama, e o risco de desenvolver a doença aumenta com a idade, sendo maior a partir dos 50 anos. Mas para prevenir, podemos prestar atenção nos fatores de risco e melhorar nossos hábitos de vida.
Fatores de risco
Comportamentais/ambientais
- Obesidade e sobrepeso após a menopausa.
- Sedentarismo (não fazer exercícios).
- Consumo de bebida alcoólica.
- Exposição frequente a radiações ionizantes (raios X, mamografia e tomografia).
História reprodutiva/hormonais
- Primeira menstruação (menarca) antes dos 12 anos.
- Não ter tido filhos.
- Primeira gravidez após os 30 anos.
- Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos.
- Ter feito uso de contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) por tempo prolongado.
- Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se por mais de cinco anos.
Hereditários/genéticos
- História familiar de: câncer de ovário, câncer de mama em homens, câncer de mama em mãe, irmã ou filha, principalmente antes dos 50 anos.
- A mulher que possui alterações genéticas herdadas na família, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2, tem risco elevado de câncer de mama.
Apenas 5 a 10% dos casos da doença estão relacionados a esses fatores.
Por isso, para reduzir as chances de desenvolver a doença, é importante manter um peso corporal adequado, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, conforme dados do INCA, 28% dos casos podem ser evitados através de hábitos de vida saudáveis. A amamentação também é considerada um fator protetor, é importante amamentar exclusivamente até os 6 meses e se possível até os 2 anos ou mais.
E vale lembrar que embora sejam fatores de risco, a presença de um ou mais desses fatores, não significa necessariamente que a mulher terá a doença.
E a Terapia de Reposição Hormonal (TRH), oferece algum risco?
A TRH é o uso de hormônios para aliviar os sintomas relacionados à menopausa, e principalmente a terapia combinada de estrogênio e progesterona, os dois principais hormônios sexuais femininos, aumenta o risco de câncer de mama.
Mas esse risco aumentado de desenvolver a doença diminui progressivamente após a suspensão da TRH; por isso, é importante o acompanhamento médico durante a terapia e a avaliação do tempo de uso.
Quais são os principais sinais do câncer de mama?
- Caroço (nódulo) endurecido, fixo e geralmente indolor. É a principal manifestação da doença, estando presente em mais de 90% dos casos.
- Alterações no bico do peito (mamilo).
- Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço.
- Saída espontânea de líquido de um dos mamilos.
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja.
Conforme orientação do INCA, qualquer caroço na mama em mulheres com mais de 50 anos deve ser investigado. Em mulheres mais jovens, qualquer caroço deve ser investigado se persistir por mais de um ciclo menstrual.
Essas alterações podem não ser câncer de mama, mas precisam ser investigadas quanto antes porque quando descoberto no início, as chances de cura são muito maiores.
Outras formas de prevenção
É preciso fazer os exames de rotina como a ultrassonografia das mamas, o exame clínico das mamas feito pelo médico, o seu autoexame, e nos casos recomendados, a mamografia. Esta última, é recomendada apenas para mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos a cada dois anos, isso porque em mulheres mais jovens as mamas são mais densas e com menos gordura, o que limita o exame e gera muitos resultados incorretos, e segundo o INCA, em mulheres mais velhas é maior o risco de o exame revelar um tipo de câncer de mama que não causaria danos à mulher.
A mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama, mas também expõe a mulher a alguns riscos que devem ser avaliados com seu médico.
Informe-se, converse com seu médico, compartilhe informações e tire todas as suas dúvidas, a prevenção é o melhor caminho.
Redação Verx.