Estamos vivendo uma era em que as pessoas se fecham cada vez mais no seu mundo particular. Nos ônibus colocam seus fones e nem olham ao redor, caminham, almoçam, passeiam com o olhar na tela do celular, no trabalho se enclausuram em seus espaços designados, focam na tela do computador e interagem o mínimo possível, em casa fecham as portas e nem se quer sabem o nome do vizinho. Mas será que essa falta de atenção ao que ocorre ao nosso redor, não está nos distanciando, nos tornando pessoas alheias ao todo do qual fazemos parte?
A nossa sociedade foi construída através da observação do mundo e o questionamento sobre como poderíamos melhorá-lo. A interação, o contato, a comunicação com o que está ao redor fazem parte do nosso desenvolvimento como civilização e como seres humanos. Uma sociedade precisa de regras e leis, para manter a ordem, porque mesmo que você pense que suas ações são isoladas, elas podem afetar outras pessoas nessa engrenagem chamada civilização. Até ações inocentes do dia a dia, podem afetar para o bem ou para o mal o dia de alguém, o trabalho de alguém e em alguns casos até pode comprometer a nossa segurança e a de outras pessoas.
Agir de forma incorreta, insegura ou antiética sob a desculpa de que “foi só dessa vez”, acaba abrindo margem para que atitudes assim sejam tomadas novamente e tornem-se um hábito. Parecem tão pequenas e inofensivas quando não se tem uma consequência aparente, que não percebemos o quanto prejudicial elas podem se tornar.
Um dia desses, saindo do meu condomínio, um condômino a pé, entrou pelo portão dos carros ao invés de utilizar a passagem destinada aos pedestres. A funcionária na guarita se lamentou comigo sobre o fato de os próprios moradores não respeitarem as regras do condomínio e com isso prejudicarem o trabalho deles em manter a nossa segurança. É claro que o tal morador não pensou nisso quando transgrediu aquela regra simples, porque provavelmente estava no automático vivendo no seu mundo particular. Mas tanto pelo fato de poder acontecer algum acidente com os carros, quanto pelo fato de prejudicar o controle de acesso ao condomínio, a atitude dele prejudica, sim, o trabalho dela.
Então, atitudes como cortar o engarrafamento pelo acostamento (só dessa vez), utilizar a senha do streaming do seu colega (só para experimentar), burlar regras (porque assim é mais rápido), fazer aquele relatório de qualquer jeito (porque estou em cima da hora), não checar o trabalho antes da entrega final (porque é sempre a mesma coisa) são todas ações que podem parecer sem tanta importância, mas afetam o trabalho e a vida de outras pessoas. Na ordem do que foi citado acima, por exemplo, você pode causar um acidente, pode estimular o aumento do preço daquele streaming, pode ser um dos responsáveis pela rigidez de punições que poderiam ser brandas, pode ser o motivo pela demissão de um colega, ou o motivo pelo projeto não ter dado certo. E esses foram só alguns exemplos aleatórios, mas você consegue perceber como atitudes impensadas ou sem a devida motivação para serem feitas direito, podem ser prejudiciais para você e o mundo ao seu redor?
Gostaria de deixar aqui um convite, esteja imerso ao ambiente que o cerca, atento, olhe ao redor, coloque amor em suas ações e não se deixe levar pelo que parece mais fácil naquele momento, em detrimento do que é correto. Se cada um fizer a sua parte o mundo muda para melhor a cada vida afetada de forma positiva, se não for o mundo todo, que seja o mundo ao seu redor.