Quem nunca sentiu medo de perder o seu espaço profissional para as máquinas, que atire a primeira pedra!
Estamos vivendo a quarta revolução que talvez você conheça como “a indústria 4.0”, e essa revolução sucede três outras, e cada uma a seu modo, transformou o meio de produção e o modo de vida das pessoas. Em todas elas o medo de ser substituído esteve presente.
A primeira no século XVIII, marcada pelas máquinas a vapor e os teares mecânicos que aceleraram a produção substituindo a manufatura principalmente de tecidos. E a segunda, cem anos mais tarde, que trouxe a eletricidade e o petróleo permitindo o desenvolvimento dos transportes e a manufatura em massa (linha de produção). Em decorrência dessas revoluções e contra a mecanização do trabalho antes realizado pelo homem, surgiu o movimento ludista. E eles ficaram conhecidos por quebrar as máquinas acreditando serem elas as culpadas pela sua condição de miséria. Por isso, hoje, as pessoas que se opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias são chamadas Ludistas.
A terceira revolução, já no século XX, conhecida como a revolução digital foi marcada pela chegada da internet o desenvolvimento da robótica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. A indústria foi automatizada, surgiram os braços mecânicos, houve avanços nos meios de comunicação e transporte que trouxeram a chamada globalização, e tudo passou a ser mais veloz, inclusive a informação. Com as máquinas substituindo alguns postos de trabalho operacionais, houve o desenvolvimento também do setor terciário, muitos trabalhadores migraram para os comércios e a prestação de serviços.
Assim, a quarta revolução não se trata da criação de uma tecnologia revolucionária ou de um desdobramento na história, ela é o desenrolar do que foi desenvolvido até aqui. É a utilização de tecnologias como a Internet das coisas, cloud computing, robótica, nanotecnologia, big data, realidade aumentada, Inteligência artificial e tudo mais, para a criação de processos que não eram possíveis a 10 ou 15 anos atrás. É a chamada produção inteligente, que visa automatizar grande parte dos processos operacionais e até estratégicos, ao ponto de quase não precisar de interferência humana. E uma característica marcante dela é a fusão entre o físico e o digital (figital), que fica cada vez mais forte com o metaverso sendo desenvolvido.
Então eu pergunto – a civilização já passou por 3 revoluções, estamos vivendo a quarta, você acha que as máquinas tiram empregos ou forçam a humanidade a evoluir e reciclar o seu conhecimento? Convido você a refletir sobre isso.
Quem não consegue se adaptar as mudanças pode acabar perdendo o seu posto de trabalho, mas e o tanto de outras pessoas que conseguem fazer o upgrade das suas skills e se recolocar, muitas vezes em posições melhores, ou mesmo que estão entrando para o mercado em novas profissões que vão sendo criadas? Seriam mesmo as máquinas as vilãs do trabalho humano?
Segundo o economista e pesquisador Bruno Ottoni, os trabalhos que exigem criatividade, originalidade e habilidades socioemocionais estão menos propensos a serem substituídos, assim como ocupações que exigem habilidades motoras finas ou são realizadas em ambientes pouco estruturados onde os robôs até o momento não teriam tanta mobilidade.
Mas cada vez mais as ocupações sem muita subjetividade, onde podemos dizer com precisão a ação a ser tomada sem envolver julgamento ou sentimento humano serão substituídas por robôs. Obviamente ainda leva bastante tempo para que seja comum essa substituição, muitas empresas ainda não têm estrutura para aderir a automatização total de suas operações, mas o mundo está mudando e cada vez a passos mais acelerados, então se você exerce alguma profissão que se encaixa nessa descrição, é hora de começar a olhar para os lados e decidir o seu próximo passo.
Já pensou em partir para a tecnologia?
Cada dia mais precisamos de mão de obra qualificada, que tal começar a se qualificar e preencher essas lacunas?
